quarta-feira, 31 de maio de 2017

Profanações da Eucaristia no Brasil: A culpa também é dos católicos!!

As profanações do Corpo de Cristo nesta terra de Santa Cruz, também põem em xeque o grau de zelo dos católicos pelos sacramentos da Igreja


   Não se fala de outra coisa nas redes sociais católicas, senão da profanação do Corpo de Cristo realizada recentemente por uma seita protestante. Alguns padres altivos, há muito tempo, tem alertado os seus fiéis sobre esta onda de profanações executadas por diversas seitas e grupos anti-cristãos (satanistas, ocultistas, ateístas), porém, desta vez o vilipêndio foi levado à cabo por protestantes, que passaram da blasfêmia [1], a ação propriamente dita. A denúncia do fato, foi realizada após uma campanha encabeçada por uma seita protestante, que estaria incitando os seguidores a levarem hóstias consagradas aos templos, e trocarem pelo chamado "Pão da Vida" [2]. Embora as lideranças do grupo insistam em negar o fato, mantêm-se o estado de alerta em todo o Brasil.
   Apesar deste episódio chamar tanto a atenção, sabe-se que há muito tempo, os sacramentos da Igreja vem sendo tratados de forma relapsa pelos próprios católicos, de tal modo que as consequências das profanações também caem sobre a conta dos mesmos. Tratando especificamente do Sacramento Eucarístico, percebe-se a falta de conhecimento e profundidade a respeito deste sinal visível deixado por Cristo. Num mundo em que impera o relativismo e o materialismo dentro da Igreja, os fiéis se quer dão-se conta das disposições necessárias para a recepção correta deste sacramento. Santo Antonio Maria Claret, por exemplo, afirma que são 4 as condições necessárias para bem receber a Santa Comunhão a saber: jejum natural, que segundo a orientação da Igreja, deve ocorrer há pelo menos uma hora antes da recepção do Sacramento [3]; consciência limpa, o que exige Confissão de todos os Pecados Mortais e arrependimento dos Veniais; Conhecimento sobre o Sacramento e o desejo de recebê-lo [4]. Apesar de todas essas condições, quantos fiéis recebem realmente o Corpo de Cristo tendo ciência mínima deste sacramento? indo mais além, quantos aprendem na catequese a respeito disso? O primeiro problema encontra-se exatamente neste paradoxo, pois se até mesmo os católicos não tiverem pleno conhecimento da importância deste sacramento, como vão conseguir combater os sacrilégios que vem de fora da sua Igreja?
   Um segundo problema relacionado à profanação, diz respeito ao tratamento oferecido no momento da recepção deste importante sacramento. A regra geral, estabelece a faculdade para que os fiéis recebam a Eucarístia na mão, ou diretamente na boca, contudo, esta abertura abre um largo espaço para que as profanações possam ocorrer, uma vez que se recebida diretamente na língua, dificilmente alguém mau intencionado conseguirá retirar a hóstia para realizações de cultos sacrílegos fora da Igreja. Não bastasse essa abertura, alguns sacerdotes modernistas, por sua falta de compreensão sobre o mistério Eucarístico, estão deflagrando uma verdadeira perseguição aos fiéis que recebem a eucaristia diretamente na boca, com isso, a possibilidade de roubo e profanação tomam força.
   Se por um lado, a comunhão na mão abre precedentes para que se possam praticar todas as espécies de profanação exterior, por outro lado, o número de fiéis que recebem este sacramento sem qualquer pudor, ou até mesmo sem a devida preparação mostra o caminho longo que a Igreja ainda deverá correr para que este tipo de prática (sacrilégio), seja minimizada. Os abusos cometidos por outras seitas, são facilitados pela falta de respeito dos próprios fiéis em relação ao sacramento, e pode-se até mesmo chegar a afirmar que jamais na história da Igreja, houve tanta falta de respeito com os sinais vivos da presença de Cristo na sociedade, como os que ocorrem nos presentes dias. Os confessionários vazios e as filas da comunhão cheias, este é o cenário vislumbrado atualmente. Neste contexto não se pode negar que enquanto os próprios fiéis não zelarem pelo respeito ao Mestre, dificilmente os sacrilégios cometidos pelos anti-católicos terminará.

REFERÊNCIAS
1.https://berakash.blogspot.com.br/2016/07/aline-barros-diz-que-nao-suporta-que.html
2.http://www.simsoucatolico.com.br/2017/03/igreja-universal-chama-eucaristia-de-pao-do-mal-e-faz-uso-de-hostias-para-divulgar-evento.html#.WRImTPnyuUk
3.https://pt.aleteia.org/2014/12/08/por-que-precisamos-fazer-jejum-antes-da-missa/
4.Santo Antonio Maria Claret, Caminho Reto, pg.67

domingo, 14 de maio de 2017

Emmanuel Macron e a perspectiva antinatalista na França

Em meio à decadência moral e atual crise decorrente do choque cultural, o que se esperar do resultado das eleições presidenciais na França?



   Com a eliminação do candidato François Fillon nas eleições primárias, a disputa pela Presidência da França se deu entre dois candidatos que se declaram abertamente favoráveis à manutenção de políticas antinatalistas. Ao contrário da imagem que a mídia secular tentou construir, tratando as eleições como uma disputa travada entre um candidato com ideais progressistas (Emmanuel Macron) e uma candidata conservadora (Marine Le Pen), restringindo o embate principalmente no âmbito das políticas migratórias, o que se vislumbrou na prática, foi o alinhamento dos dois candidatos, pela manutenção das políticas contrárias à vida desde a concepção.

   Do resultado nas urnas, Emanuel Macron, candidato considerado com ideais de centro, saiu vencedor. Mas diante da atual crise que a França vem enfrentando, principalmente no que concerne ao choque cultural resultante da imigração em massa à Europa, conjugada à queda na taxa de fecundidade da população e à crescente secularização, o que se pode esperar do futuro desta nação, que há muito tempo, já foi conhecida como um dos pilares da Civilização Ocidental? Que consequências práticas a vitória de Macron, e seu posicionamento favorável à continuidade das políticas contrárias à vida e à família, bem como seu alinhamento à corrente conhecida popularmente como “globalista” podem provocar a esta nação tão influente não somente no continente Europeu, mas no mundo? Ainda não é possível responder claramente, mas alguns dados que serão apresentados na sequência mostram quão preocupante é o horizonte que se vislumbra a médio prazo.

   A taxa de fecundidade na França, segundo estatísticas recentes (2015), está em torno de 1,9 filhos por mulher, valor este abaixo da taxa de reposição, que deveria ser algo em torno de 2,1 filhos por mulher. Comparando-se ao Brasil, onde o mesmo índice apresenta uma média de 1,74 filhos por mulher, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pode-se chegar até mesmo a argumentar que a França está numa situação demográfica mais confortável que a brasileira e a de outros países europeus como a Alemanha, cuja taxa de fecundidade já alcançou algo próximo a 1,4 filhos por mulher. No entanto, a grande preocupação centra-se na rapidez para que o país atingisse este nível, de modo que este indicador passou de 2 para 1,9 em pouco mais de um ano, e já é considerada pelos especialistas, como a pior taxa desde a Segunda Guerra Mundial [1].

   A França encontra-se atualmente em estado de alerta, devido à frequência com a qual ataques terroristas, motivados pela intolerância religiosa vem sendo realizados no país, com destaque para os atentados contra a sede do jornal satírico Charlie Ebdo e à Casa de shows Bataclan em 2015, e revelam grande preocupação em decorrência do choque cultura inerente à migração em massa para a Europa. A França já é o país europeu com maior proporção de islâmicos (7,5% da população), respondendo por aproximadamente 25% da população islâmica em toda a Europa. Ademais, a taxa de fecundidade entre os islâmicos é de aproximadamente 2,2 filhos por mulher contra 1,5 dos demais residentes, na média do continente [2].

   No que concerne ao aborto, a legislação francesa já permite a realização do procedimento desde 1975, sendo que o mesmo pode ser realizado até as 12 semanas de gestação, por razões sociais ou econômicas, julgando a mulher não ter condições de ser mãe, sendo possível fazê-lo também após esse período, se identificada má formação. Além da possibilidade de realizar o aborto, recentemente também foi aprovada no Parlamento Francês, a criminalização de informações sobre alternativas ao aborto, ou seja, veiculação de informações com conteúdo pró-vida, são passíveis de punição [3].

   O candidato eleito Emmanuel Macron, considerado como liberal e progressista pela maioria dos franceses, já se declarou pela manutenção das leis em relação ao aborto, bem como à união civil entre pessoas do mesmo sexo, que desde sua aprovação em 2013, contou com a rejeição de parte significativa da população francesa [4]. Macron também já deu declarações favoráveis aos procedimentos de reprodução assistida a casais homossexuais e mulheres solteiras [5]. Por fim, o candidato também se alinha com as perspectivas da União Europeia, o que representa maior abertura aos ideais estabelecidos no conjunto dos países que compõem o grupo, o que por si só, já se configura uma possibilidade de se ampliar ainda mais a legislação para o aborto, visto que a U.E, a exemplo da ONU, vem perseguindo assiduamente os países que contrariam tal prática [6].

   As eleições francesas não representaram qualquer avanço em termos morais, haja vista a proximidade de objetivos dos dois candidatos no que se refere às propostas relativas ao aborto, de modo que ambos postularam pela manutenção da legislação vigente, que já é bastante permissiva neste quesito. Ademais, a vitória de Macron, considerado como o mais liberal nesta disputa, representa também a possibilidade de avanço das medidas contrárias à vida e à família, haja vista o seu posicionamento em relação à União Europeia. Sobre o futuro da França, em meio à decadência dos princípios que construíram sua civilização, somente os episódios que seguirão poderão demonstrar seus resultados.  


REFERÊNCIAS

1.http://br.rfi.fr/franca/20160120-taxa-de-mortalidade-na-franca-atinge-o-pior-indice-desde-o-fim-da-segunda-guerra



4.http://www.semprefamilia.com.br/as-diferencas-de-le-pen-e-macron-sobre-aborto-lgbt-islamismo-e-outros-temas-morais/


6.http://www.catolicanet.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8786:polonia-rechaca-ingerencia-da-uniao-europeia-e-nao-despenalizara-o-aborto&catid=86:lista-meio

terça-feira, 9 de maio de 2017

A grave crise de representatividade no Brasil

O ativismo judicial escancarado no Brasil, demonstra a sobreposição de interesses particulares sobre o comum

   A recente onda de ameaças à vida humana a que o país vem sendo submetido, relevam uma face considerada até então, obscura pela maioria dos brasileiros que admitam estar bem representados pelos seus deputados, e que este fato por si só, seria suficiente para fazer valer os seus direitos e anseios frente às possíveis adversidades que pudessem emanar das ditas minorias "progressistas", que pretendem fazer valer objetivos contraditórios e totalitários a qualquer custo sobre a maioria.  
   Uma pesquisa realizada recentemente, revelou que cerca de 73% dos brasileiros são contrários ao aborto, apesar disso, ainda é possível dizer que sob o aspecto legal, seus anseios não serão respeitados, por mais que o congresso brasileiro, fazendo valer a voz do povo, seja majoritariamente contrário a tal prática.  O grande questionamento que se faz à respeito disso é que, em teoria, o Estado democrático deve criar políticas que garantam um nível suficiente de bem-estar, prezando também, pelo bom convívio entre os cidadãos, agindo deste modo, em convergência com os objetivos de sua população.
   O Estado nem sempre consegue atingir um nível equivalente de bem-estar entre todos os cidadãos, tendo em vista as suas limitações para atendimento e os anseios pessoais dos agentes. O limite deste paradoxo, se estabelece justamente no nível de respeito aos direitos individuais e coletivos. Em outras palavras, os direitos coletivos devem ser atendidos, sem menosprezar os anseios das minorias, desde que os objetivos destes, não ultrapassem os limites da dignidade e do respeito humano. Com base nestes pressupostos foram estabelecidas as bases da Constituição brasileira. Por outro lado, se uma lei contraria a dignidade e o respeito humano, seja ela proveniente dos anseios da minoria ou da maioria, tratar-se-a de uma lei com caráter totalitário e ditatorial. 
   Vislumbra-se em nosso tempo, a recorrente busca para viabilizar a implantação do aborto no Brasil com uso de recursos públicos. Não podendo obter resposta nos meios democráticos, as minorias tem buscado através de embustes, convencer os parlamentares e o povo com projetos de lei de redação ambígua, e assim, permitir uma interpretação mais profunda que possibilite o fim dos princípios estabelecidos democraticamente, sem que ninguém perceba. Foi o que ocorreu recentemente com a famigerada Lei Cavalo de Tróia (12.845/2012) e com o Projeto de Lei que vem complementar a primeira: o PL 7371/2014. Não bastasse isso, as minorias que não representam o povo brasileiro, também arriscam outros meios, apostando na recente onda de ativismo judicial que tomou conta da Suprema Corte brasileira, na qual, juízes definem as regras para o Estado, fazendo assim, as "vezes" do Congresso. 
   A busca desenfreada de determinados grupos, que pretendem fazer com que seus interesses se sobreponham aos demais, especificamente no caso do aborto, possui relação intrínseca com o controle populacional mundial. O movimento de controle populacional, ganhou força especialmente na década de 1960, apoiando-se substancialmente nas milionárias concessões obtidas junto às Fundações Filantrópicas americanas, que passaram a ver na questão populacional, um entrave ou ameaça ao bem-estar mundial. Esta concepção evoluiu, passando do âmbito do controle estatístico, para o comportamental. A base desta última estratégia coloca a família como uma opção, e sendo assim, para que o indivíduo adquira a liberdade plena em sua escolha pessoal sobre a família, deve também adquirir os meios para delimitar seu tamanho. Primeiro foi necessário "empoderar" as pessoas para fazer o uso pleno de sua sexualidade de forma independente da composição familiar, ou seja, já não há mais responsabilidade na relação sexual, e a possibilidade da gravidez, que é conatural aquele ato, encontra outros meios para ser evitada, inclusive por meio do aborto.
   A crise de representação que se vislumbra no Brasil, pode ser compreendido exatamente neste contexto, em que a população já não decide mais os rumos do seu povo. Os representantes já não tem mais poder de ação ou até mesmo de salvaguarda diante de controvérsias como as que são criadas sobre a questão do direito à vida, que apesar de ser garantido constitucionalmente e considerado como um direito inviolável, já não é mais inviolável. Crises como esta, só podem ser resolvidas com a voz ativa da população, no entanto, o que se percebe é uma grande acomodação diante destas atrocidades que vem sendo praticadas. Enquanto os bons e sensatos permanecerem em silêncio, triunfarão os maus.

REFERÊNCIAS
1.http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/mais-de-70-dos-brasileiros-sao-contra-o-aborto/