sexta-feira, 17 de abril de 2015

A doutrina do Purgatório

O dogma do Purgatório é sem dúvida, um dos mais recorrentes entre os protestantes para acusar a Santa Igreja de deturpadora das escrituras. Já ouvi muitos líderes evangélicos afirmarem que esta doutrina foi inventada pela Igreja e não possui fundamentos, uma vez que as escrituras não fazem menção sobre o mesmo. Sem dúvida, essa argumentação é correta em afirmar que não existe nada implícito nas escrituras sobre o Purgatório, contudo, o entendimento dos mistérios da fé Católica requerem uma compreensão profunda, do qual nada se pode concluir a menos que consigamos meditar com fé na palavra, para descobrir que existe algo além do que está escrito explicitamente. Em outras palavras, não devemos nos apegar à “letra”, mas ao contexto e ao conteúdo do que as escrituras nos apresentam, é por isso que a nossa fé depende também do Sagrado Magistério. Segue abaixo a argumentação do protestante sobre este dogma
“5ª heresia: Purgatório Refutação: Mt 25.33-36, fala sobre os que irão para Deus. Mt 25.41-46, fala sobre os que irão para o inferno.Nota: Em nenhum lugar a bíblia fala sobre uma terceira alternativa.


Como sempre, a única base de fé para os protestantes é a Sagrada Escritura, no entanto, pode-se encontrar nessa mesma, várias citações que dão conta da existência deste dogma proclamado pela Santa Igreja, contudo, reafirmamos que não é possível entender os dogmas Católicos sem um estudo profundo que vai além da “letra”, pois o próprio apóstolo São Paulo afirma que a letra mata, mas os espírito vivífica (2 Cor 3,3-6). Em primeiro lugar, cabe explicar o conceito deste dogma. Segundo o Catecismo da Igreja (CIC 1030 a 1032), o Purgatório é o lugar para onde vão aqueles que apesar de morrerem em estado de graça, ainda não foram plenamente purificados. É local aonde se purgam (purificam, limpam, quitam) os pecados veniais cometidos, a fim de se chegar a Vida Eterna e plena com Deus.
Apesar do nome “Purgatório”, não estar presente na Sagrada Escritura, não significa que não exista. Observe-se por exemplo, esta passagem em Mateus 12,32:”E, se qualquer um disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro”. Neste trecho, o Senhor afirma claramente que alguns pecados podem ser perdoados nessa vida (neste século), e outros após a morte (século futuro), exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo. Portanto, existe um indício nas sagradas escrituras, sobre este lugar de purificação, considerando que alguns pecados podem ser perdoados também após a morte.
Para contestar, esta afirmação, muitos protestantes se valem da argumentação de que Jesus ao falar em século vindouro, referia-se ao fato de que a blasfêmia contra o Espírito Santo não poderia ser perdoada em nenhum momento temporal, e para tanto, se valem da passagem paralela descrita em Marcos 3,28, para afirmar que TODOS os pecados serão perdoados, exceto a blasfêmia contra o Espírito Santo. Deve-se observar contudo, que a existência do Purgatório é a garantia de que todos os nossos pecados serão perdoados, em outras palavras, essa objeção do protestante reforça ainda mais a doutrina, uma vez que mesmo aqueles pecados pendentes após a morte, serão passíveis de absolvição.
Considerando os argumentos do protestantacimavamos explicá-los com maiores detalhes. O primeiro texto (Mt 25,33-36), refere-se à passagem em que Jesus detalha a Parusia, ou seja, a sua segunda vinda para julgar os vivos e os mortos. A confusão do protestante, centra-se justamente na sua falta de aprofundamento sobre os dogmas católicos. A Santa Igreja, afirma que após a morte passamos por um juízo particular, quando seremos julgados por nossos atos, e então, a partir destes, enviados ao Céu se as obras forem boas; ao purgatório se morrermos com alguns pecados à serem purificados; ou ao Inferno se nossas obras não forem boas. A passagem utilizada pelo argumentador, refere-se ao Juízo Final, quando ocorrerá a segunda vinda de Cristo e o julgamento de todas as almas, estejam elas vivas ou mortas, por isso que a Igreja manifesta sempre o seu desejo de que os fiéis se convertam rápido, pois nunca saberemos quando o Senhor voltará (Mt 24,42)Portanto, essa passagem não descarta em nada a existência do purgatório. O último texto (Mt 25,41-46), também está na mesma linha do primeiro.
Outros textos também fazem referência a esse dogma: em Lucas (12,45-48), Jesus fala sobre o castigo do servo que conhece a palavra de Deus, mas não agiu conforme ela, este será acoitado várias vezes, ao passo que aquele que pecou sem conhecer a palavra o será poucas vezes, portanto, volta a reafirmar que existe uma pena diferente para cada caso após a morte, visto que o trecho acima não se trata do céu, aonde não haverá qualquer tipo de castigo. Deste modo, a argumentação do protestante acima, afirmando que não existe uma terceira alternativa está equivocada, justamente porque este interpreta a palavra segundo a sua própria concepção e não segundo um entendimento conjunto e aprofundado das escrituras.
Por fim, concluímos que apesar do nome “Purgatório”, não estar expresso explicitamente nas Sagradas Escrituras, é possível, através de evidências bem fundamentadas encontrar essa doutrina, em alguns detalhes presentes nas escrituras. Note-se mais uma vez, que o erro dos protestantes não se restringe somente à interpretação equivocada da palavra, mas sobretudo à falta de aprofundamento no entendimento desta. Que Deus nos dê força sempre para nos mantermos altaneiros na fé até o fim da vida, e rezemos sempre pela Igreja padecente (almas do purgatório), a fim de que elas alcancem o descanso eterno.

sábado, 11 de abril de 2015

Orai e vigiai, pois o outro lado não dorme!!


Iniciamos este artigo recordando uma importante passagem da paixão de Nosso Senhor Jesus, apesar de estarmos no tempo litúrgico da Páscoa. Durante a noite da agonia de Nosso Senhor, o mesmo se retirou com alguns de seus apóstolos para rezar (Mt 26,36-40). Chegando ao local, procurou um lugar para rezar sozinho,porém, ao retornar, encontra os discípulos dormindo, diante dos quais profere a seguintes palavras: “vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. As palavras e o contexto desse fato, se aplicam diretamente ao momento que vivemos.
Essa passagem, se atualizada para os nossos dias, demonstra o quanto precisamos nos atentar às situações de afronta aos nossos valores, que estão sendo dilapidados cada dia mais rapidamente. Enquanto os discípulos dormiam, Jesus mantinha-se acordado buscando vencer aquele momento de angústia que o levou à dizer que o espírito estava pronto, mas a carne ainda não. Esta situação apresentada pelo evangelista, cabe adequadamente ao momento que vivemos. Enquanto alguns que se dizem cristãos, sequer se dão ao trabalho fazer uma oração ou estudar as escrituras, do outro lado, os inimigos se preparam durante 24 horas para aplicar cuidadosamente um golpe sobre os nossos valores.
Em outro artigo aqui deste blog, já expomos que a implantação da cultura da morte em um país tido como “conservador”, requer ações paulatinas e pontuais, levadas a cabo através da imposição de eufemismos nas leis. Assim ocorreu com a famigerada lei “Cavalo de Tróia”, que abriu brechas para a legalização de abortos no país, pagos com dinheiro público. Era também de se esperar que os promotores da cultura da morte não ficassem restritos a esta questão, e assim sucedeu no último dia 12/03 com a publicação de uma resolução no Diário Oficial da União, que garante o acesso de alunos de escolas públicas e particulares aos banheiros destes estabelecimentos, segundo a sua “identidade de gênero”. Apesar de não ter força de lei, tal resolução dá respaldo para que as escolas possam optar por essa ação.
Diante disso, as consequências serão nefastas, não somente pelo fato de impor “guela abaixo” a alteração de valores na sociedade, mas também pelo constrangimento ao qual muitos jovens ficarão expostos. Imagine se por exemplo, um rapaz que num determinado momento decida ao acordar, adotar um “gênero” diferente e utilizar o banheiro feminino? Pela força deste decreto ele poderá agir assim, e por mais que se afirme o contrário, ele estará agindo de acordo com a lei.Será que os propositores deste decreto não conseguem notar que haverá um grande constrangimento das pessoas que serão obrigadas a viver com essa realidade. E pior ainda, imagine se de repente o rapaz que adotou um “gênero” diferente resolva retornar ao “gênero” anterior naquele momento e abusar da sua liberdade contra as jovens que estão utilizando o espaço no momento? Antes de mais nada, observemos essa evidência para comprovar o que argumentamos anteriormente: A Suécia foi uma das nações pioneiras a implantar políticas deste tipo de banheiro1, e note-se que as taxas de estupros aumentam consideravelmente2, este fato pode explicar em parte os aumentos nesta variável, além de muitas outras que estão influenciando o aumento do crime no país.
Apesar disso tudo, a luta silenciosa para destruir os valores da sociedade brasileira não para por aí. No final do ano passado, por pouco o aborto não foi totalmente legalizado no país por ocasião do relatório do Novo Código Penal. Tentaram passar o texto às pressas, dando-se um prazo de apenas dois dias para que fossem apresentadas emendas ao mesmo. Vale lembrar que naquela oportunidade, os próprios parlamentaras afirmaram que o texto do Novo Código possuía dimensões amazônicas3. Graças às manifestações dos cristãos no Brasil inteiro, e em tempo hábil, houve recuo na proposição.
Os fatos antes apresentados mostram que não podemos ficar dormindo como os discípulos naquele noite em que Nosso Senhor Jesus sentia suas angústias de morte. Devemos além de uma vida pastoral, também procurar nos manter informados sobre os acontecimentos que podem afetar os nossos valores no dia a dia. Enquanto muitos se dedicam unicamente às pastorais, outros estão alertas e vigilantes, buscando a cada dia, novas formas de introduzir sorrateiramente leis e decretos para destruir os valores que construíram a nossa sociedade. Uma vida de oração e inteira vigília é o que o Senhor nos pede, ainda mais nesse momento em que as forças do mal avançam sobre a terra.

Que Deus nos ajude, à manter-nos firmes a constantes na fé



REFERÊNCIAS