quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Ignorância generalista no aniversário de um ano do atentado em Paris: uma reflexão

O lamentável desrespeito à cultura judaico-cristã que expõe a triste decadência da Sociedade Ocidental europeia.


   O aniversário de um ano do triste atentado promovido pelo grupo radical Estado Islâmico à cartunistas de um jornal satírico de Paris, foi marcado por um ato lamentável de generalização e vilipêndio promovido pelo mesmo periódico. A capa da edição apresenta uma representação de Deus carregando um fuzil, expressando ódio e sujo de sangue. Enquanto na capital francesa se recorda brutalidade dos atentados com essa ação preconceituosa, no mundo inteiro, e especialmente no oriente, vidas de cristãos estão sendo ceifadas pela maldade do mesmo grupo que cometeu os atentados em Paris sem que a mídia dê qualquer atenção.
Criança sendo vendida como escrava sexual 
pelo Estado Islâmico

   Se agindo por esse caminho, a Sociedade Ocidental europeia negligencia o fato de que as demais religiões Javistas (católicos, protestantes, judeus, espíritas) também são vítimas destas atrocidades que avançam pelo mundo, por outro, expõem uma mazela terrível que está se propagando por todo o continente: o fim dos pilares que sustentam a sua milenar cultura. Toda a sociedade ocidental foi constituída sob os pilares do cristianismo que trouxe consigo as bases do chamado Direito Natural que nada mais é que o respeito a dignidade da vida humana independentemente de determinação legal. Por exemplo, o direito à vida, é algo tão intrinsecamente vinculado à dignidade da pessoa humana, não havendo necessidade de se discutir se trata-se de um direito em si ou não. Um dos pontos fundamentais do Direito Natural, conforme a filosofia de Santo Tomás de Aquino é a própria concepção de que a ordem do cosmos é regida por um ser que supera o homem em inteligência (o autor de tudo) e que por isso mesmo, criou em seu coração uma Lei Natural que o impele a respeitar a dignidade da vida dos demais seres humanos. O que o EI faz, apesar de sua crença em Deus (ou Alá), é justamente o contrário do que sempre esteve arraigado na cultura judaico-cristã ocidental.
   O continente europeu vem há muitas décadas negligenciando o respeito à dignidade da pessoa humana e se afastando de Deus. Os países que lideram em crescimento proporcional, o percentual de islâmicos e que são os principais redutos terroristas, foram os pioneiros a adotar políticas de contracepção, suicídio, relações sexuais desreguladas e eutanásia. Veja-se o caso especificamente da Bélgica, que é hoje um dos focos mais preocupantes do terrorismo no ocidente, além de ser o país que exporta o maior número de jihadistas ao mundo. A cultura ocidental na Europa, em poucos anos será subvertida, porém, antes de preocupar-se em atacar o foco deste problema, ou seja, a marginalização da instituição que lançou as bases de sua cultura, estão na verdade dilapidando ainda mais a sua própria essência.
   Diante desta atitude generalista dos editores desta revista podemos apenas lamentar o triste fato de perceber que a luta promovida está se movendo justamente para o lado errado. O combate ao problema existente na Europa deve ser feito através de evangelização e retomada da sua própria identidade que aos poucos vai sendo destruída pelo indiferentismo predominante. Sem dúvida, um dos movimentos que mais contribui para esta situação no ocidente, foi a hegemonia do pensamento materialista arraigada na ideologia marxista, que busca a exclusão de Deus na condução da sociedade. Que Deus tenha piedade da sociedade europeia, pois diante da atual situação, resta-nos apenas rezar e lutar para que se levantem corajosos apóstolos que lutem firmemente com a espada da palavra. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Vivendo os frutos do Ano Santo da Misericórdia I – O Sacramento da Confissão


Por que preciso me confessar a um padre? 


   Entre muitas das acusações dos protestantes à Igreja Católica, sobressaem aquelas que dizem respeito aos sacramentos instituídos pela Santa Igreja. Já tivemos a oportunidade de apresentar aqui neste blog os fundamentos teológicos para o batismo de crianças e os efeitos do mesmo, agora, passamos para o segundo tema da série tratando especificamente do sacramento da confissão ou penitência como é chamado. Explicaremos ainda a importância de se participar com frequência deste sacramento, bem como a necessidade do mesmo para a salvação, aproveitando o início do ano da misericórdia que prescreve este sacramento como forma de obter com eficácia a redução de nossas penas temporais através das indulgências plenárias. Segue abaixo uma argumentação protestante contra a confissão:

11ª heresia: Confissão Auricular
Refutação: 1Jo 1.9-10; 1Jo 2.1; O texto diz que se tivermos pecado, devemos confessar a Jesus Cristo.
Nota: Só Deus pode perdoar pecados (Mc2.7).

   Partindo da argumentação do protestante, pode-se observar de antemão que a mesma está incompleta. Quando este afirma que só Deus pode perdoar os pecados, não se está excluindo a autoridade de um padre legitimamente ordenado, nem sequer transgredindo o mandamento de Cristo, pois este mesmo autorizou os apóstolos a assim agirem quando disse: “a quem perdoardes os pecados, estes lhes serão perdoados, a quem não perdoardes, estes lhes serão retidos”[1]. Jesus deu autoridade aos apóstolos para que estes pudesse absolver os pecados de quem os acorresse, e considerando a sucessão apostólica, temos bases bem sólidas e fundamentadas sobre este sacramento. Nota-se ainda que o protestante ainda cai em uma contradição, pois quem cunhou a frase acima apresentada foram os Doutores da Lei que questionaram exatamente a autoridade de Cristo em perdoar os pecados.
   É importante lembrar que todos os católicos devem se confessar regularmente. O mandamento da Santa Igreja, preza para que isto seja feito ao menos uma vez por ano, no entanto, para qualquer pessoa que deseja ascender na vida espiritual com Deus, o sacramento da Confissão é indispensável. Neste ano Santo da misericórdia que se iniciou no dia 08/12/2015, estão abertas as portas da Santa Igreja para que os filhos pródigos retornem à casa do pai pelo reconhecimento de si mesmo e busca da misericórdia Divina através do Sacramento da Confissão.
   A confissão bem feita e com propósito de mudança de vida, gera inúmeros frutos que serão maiores quanto maior a frequência em que se aproxima este sacramento. Este, juntamente com a Eucaristia, proporcionam a perseverança do fiel no caminho da santidade e no seguimento das propostas feitas nos demais sacramentos (ordem, batismo, confirmação e matrimônio). Um homem casado por exemplo, ao se aproximar com maior veneração e frequência destes dois sacramentos passa a viver com mais santidade as promessas que fez quando da consagração de sua união matrimonial. Segue-se portanto, que o sacramento da confissão é muito importante na caminhada para a santidade, contudo, é muito triste perceber que a pobreza teológica das seitas protestantes não os permitem ver essa maravilha.
   É bom lembrar ainda que a confissão absolve os pecados mortais, ou seja, aqueles que levam à inimizade com Deus, ou nas palavras do apóstolo, aqueles que nos levam à morte [2] por terem sido feitos com liberdade e plena consciência do erro, ou seja, quando se pecou intencionalmente, porém, é importante ter sempre em mente a nossa grande miséria para reconhecermos os nossos erros e confessar-nos com regularidade. 
  Que Deus nos ajude a viver plenamente esse ano da misericórdia confessando-nos bem e nos preparando para as indulgências advindas do Ano Santo. São João Maria Vianney, padroeiro dos sacerdotes e confessores, rogai por nós.

REFERÊNCIAS
1. João 20,23
2. 1 João 5,16-17