Que conseqüências o resultado da eleição nos Estados Unidos tem sobre o aborto no mundo?
A acirrada disputa pela Casa
Branca fez surgir inúmeros questionamentos sobre diversas políticas até então
adotadas pelo Governo da maior potência econômica e política mundial. Apesar da influência econômica daquele país sobre o mundo, alguns debates nas redes sociais brasileiras também levaram em conta questões morais como o aborto.
Pergunta-se então, qual a importância desta eleição para os demais países no
que condiz à defesa da vida humana desde a sua concepção?
Ainda que muitos se concentrem
apenas nos problemas relacionados aos imigrantes e às relações econômicas e institucionais
dos EUA com o resto do mundo, poucos ainda se dão conta da gravidade
relacionada à influência daquele país em questões morais ou sociais, especialmente a preservação da vida humana. As maiores fundações promotoras de aborto no mundo, por exemplo, nasceram nos
Estados Unidos. A liberdade econômica neste país proporcionou o crescimento
rápido da renda em grandes corporações americanas. Estas ao longo de sua
história perceberam que poderiam ir além das cifras obtidas da exploração dos
meios de produção, e que seriam capazes aumentar sua influência sobre outros
aspectos, especialmente no âmbito político.
No início do século XX, nos
Estados Unidos começa-se à difundir entre os dirigentes de corporações
milionárias, a necessidade de se fazer algo para o bem da humanidade através do uso
de suas fortunas. Isto veio à tona principalmente através de uma obra
chamada: O Evangelho da Riqueza, produzida pelo empresário Andrew Carnegie [1],
partindo da concepção de que os milionários do seu tempo, haviam recebido uma
espécie de missão para cooperação do bem comum, fazendo uso das riquezas até então acumuladas. Nesta época, muitos passaram a dedicar-se à atividade filantrópica,
com destaque para a Fundação Rockefeller.
Com o passar do tempo, estas
fundações foram adquirindo uma nova configuração, passando a usar do seu poder
econômico para influenciar resultados sociais. Daí decorre a grande preocupação
e o apego destas instituições no que concerne ao investimento na área
educacional. Sob outro âmbito, as fundações Ford e Rockefeller foram ainda, as mais
proeminentes investidoras em termos de métodos contraceptivos e de aborto no mundo inteiro
desde a década de 1950. O primeiro impulso para as técnicas
de controle populacional mundial, foi dado através da fundação do Conselho Populacional
em Williamsburg, Estado de Nova Iorque.
As fundações também gozaram de
certa liberdade no âmbito de suas ações e pouco se questionou a respeito das atividades desenvolvidas durante a maior parte de suas existência, apesar das expressivas subvenções
oferecidas pelo Governo, tendo em vista o caráter "social" e "benéfico" resultante de
seus projetos. As conseqüências dos trabalhos desenvolvidos pelas fundações
foram objeto de algumas investigações dentre as quais destaca-se o relatório
Reece, um dos poucos que se debruçou sobre o assunto e que demonstrou alguma preocupação relevante com o poder
de influência que estas instituições adquiriram ao longo do tempo.
Superada a questão das fundações,
é fato consumado que durante alguns anos houve certo apoio do Governo
americano a atividades ligadas ao controle populacional no mundo inteiro, entre
elas o aborto. A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento
Internacional (USAID), foi responsável pelo desenvolvimento de inúmeros
projetos para redução das taxas de natalidade, entre elas destacadamente a
esterilização, a contracepção, o aborto e, sobretudo, a difusão do
Misoprostrol, uma droga em que as mulheres poderiam provocar o aborto em si
mesmas [2]. A USAID foi instituída na década de 1960, durante o Governo de John
Kennedy e desde então, vem promovendo diversas ações visando o controle do
crescimento populacional a nível global.
Na década de 1970, o Senador
Jesse Helms, compreendendo o teor das atividades anti-vida da USAID no
exterior, propôs uma emenda ao Decreto de Ajuda Externa, proibindo o uso de
recursos do contribuinte norte-americano para ações de contracepção que
incluíssem o aborto [3]. O Presidente Ronald Reagan também contribuiu para que
os recursos do Governo deixassem de financiar o aborto no mundo pela
aprovação da chamada “Política da Cidade do México”, que esteve em vigor entre
1985 e 1993, revogada por Bill Clinton, promulgada novamente por Bush em 2001,
e em 2009, revogada por Barack Obama.
Uma das maiores promotoras de
aborto na história mundial, a Planned Parenthood, que teve entre as suas
co-fundadoras, nada menos que Margareth Sanger, a líder feminista, eugenista e
proeminente na batalha a favor do aborto seletivo de negros, sobrevive até hoje
tendo grande apoio do governo Obama, que por sua vez, já defendeu publicamente o chamado birth-partial abortion, um método
abortivo aplicado em bebês com nove meses de gestação. Não foi à toa que ele e sua candidata à sucessão presidencial, comemoraram
o centenário da maior provedora de abortos à nível mundial [4],
inclusive algumas notícias dão conta de que a Planned Parenthood, concedeu financiamento expressivo para a campanha de Hillary Clinton à presidência [5].
Percebe-se portanto, a
importância das eleições americanas quando se trata da defesa da vida à nível
mundial, e não podemos fechar os nossos olhos à essa realidade. Não estamos com
isso firmando apoio ao candidato vencedor, contudo, entre as duas opções,
aquela de forma alguma representa a promoção da vida humana tão ameaçada em
nossos dias, em seu nível mais frágil, e como o Papa Bento XVI outrora já
afirmou, a vida humana é um valor inegociável. God Bless America!!
Se você tem interesse em saber
mais sobre o financiamento da cultura da morte, acesse este outro artigo aqui
do nosso blog. Deus o abençoe
REFERÊNCIAS
1.http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/um-novoevangelho-da-riqueza-79zo8q4r7vvhucz3ddhfjo0ol
4. http://guiame.com.br/gospel/mundo-cristao/obama-e-hillary-clinton-celebram-o-aborto-mas-pastor-condena-cultura-de-morte.html
5. http://www.acidigital.com/noticias/maior-rede-abortista-do-mundo-precisamos-de-hillary-clinton-na-casa-branca-76614/
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