segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Os santos da Igreja e os “santos” deste mundo.





Dias atrás, navegando em alguns blogs católicos me deparei com um comentário exótico num artigo referente à santidade. Na resposta deste artigo, o comentarista exaltava as virtudes do famoso fundador da Microsoft Bill Gates, afirmando que para ele (ou ela) este sim seria um verdadeiro “santo” em vida uma vez que o mesmo foi responsável pela criação de milhões de empregos.
Bem, sabemos que a mídia secular está acostumada aclamar a figura de Gates não somente pela sua genialidade mas sobretudo pela generosidade e afinco deste às causas humanitárias, inclusive, o mesmo é responsável pela manutenção de uma famosa Fundação filantrópica que investe milhões em pesquisas para o combate de doenças. Alguém poderia então perguntar: de onde vem tanto amor pelo próximo?? ou ainda, o que o motiva a fazer isto?? Bem, não se sabe ao certo, há controvérsias mas a maioria acredita que Gates seja um ateu convicto, apesar de sua esposa Melinda se declarar católica.
Seria Gates um “santo” em vida sem assumir publicamente a sua crença em Deus como exaltam os blogs neo-ateus???Bem, a resposta para tal pergunta passa pela análise do significado de santidade à luz do Sagrado Magistério da Igreja e de um exemplo de santidade devidamente canonizado pela Igreja.
Em primeiro lugar, para que uma pessoa seja considerada santa no sentido próprio da palavra ela precisa estar unida ao corpo místico de Cristo, conforme atesta o Catecismo da Igreja:

O progresso espiritual tende à união sempre mais íntima com Cristo. Esta união recebe o nome de "mística", pois ela participa no mistério de Cristo pelos sacramentos "os santos mistérios" e, nele, no mistérioda Santíssima Trindade, Deus nos chama a todos a esta íntima união com Ele, mesmos que graças especiais ou sinais extraordinários desta vida mística sejam concedidos apenas a alguns, em vista de manifestar o dom gratuito feito a todos” (CIC, 2014)

Em Segundo lugar, santidade significa renúncia, mortificação para este mundo e combate espiritual, neste último caso se faz necessária a constante penitência.
São Francisco de Assis é um exemplo claro de santidade que corrobora com o que foi descrito acima. Tinha uma vida abastada e segura financeiramente, apesar disso, abdicou de tudo inclusive das roupas que o pai lhe dera. Passou à servir os doentes e necessitados sem guardar um centavo, inclusive, alguns biógrafos afirmam que Francisco só se alimentava com o que lhe davam e portanto, não tinha dinheiro nem para o próprio sustento. Buscou seguir ao extremo a pobreza ao exemplo de Jesus.
Vale lembrar também que muitos santos foram canonizados pela perseguição que sofreram pagando até mesmo com a própria vida. Nestes exemplos incluem-se principalmente os apóstolos que não estavam nem um pouco preocupados em agradar o mundo e justamente por isso eram perseguidos (tanta semelhança não seria mera coincidência com os dias atuais). A passagem do sermão da montanha diz claramente quais são os atributos da santidade (Mateus 5, 2-11).
Diante do exposto passemos para a resposta da pergunta. Em primeiro lugar, gostaria de afirmar que não sou ninguém para julgar Gates ou dizer se ele ou outros santos canonizados pela mídia vão para o céu ou para o inferno, isto não cabe a nós mas somente a Deus, contudo, a partir do exposto podemos concluir que Gates no momento está longe de ser um exemplo de santidade (pelo menos nos moldes da Igreja) por dois motivos a saber: para ser santo, a pessoa precisa no mínimo acreditar em Deus e participar do corpo seu místico, isso significa não contradizer a vontade de Cristo.
Infelizmente algumas atitudes de Gates parecem agradar o mundo mas não a Igreja. Segundo as últimas notícias, a Fundação Gates tem investido pesadamente em pesquisas para redução populacional, a chamada Eugênia (http://agendaglobal21.wordpress.com/2012/03/09/bill-gates-fala-sobre-as-vacinas-para-reduzir-a-populacao/). Este tipo de interesse compõe o que alguns chamam de “cultura da morte”, que é amplamente difundida tanto nos meios socialistas quanto nos capitalistas e contraria totalmente os valores pregados por Cristo.
Por fim, cabe deixar claro que ser santo significa muito mais que renunciar parte dos seus bens e sair fazendo doações aqui ou acolá, santidade é sobretudo abraçar a causa de Jesus e fazer a sua vontade doa a quem doer. Nosso Senhor foi muito taxativo ao afirmar que não bastava somente seguir os mandamentos e ser “bonzinho”, devemos antes de tudo nos jogar de corpo e alma pela evangelização inclusive renunciando ao máximo nossos benefícios temporais (Mateus 19, 16-22).
Repito o que foi dito anteriormente, não estamos afirmando que Gates vai pro inferno, muito pelo contrário, pessoas que fazem boas obras com coração aberto tendem à encontrar a Deus de alguma forma, contudo, para alcançar a santidade é necessário se entregar totalmente ao amor de Cristo e não contrariar a sua vontade, é sobretudo buscar o tesouro mais precioso que nem a traça e nem a ferrugem são capazes de consumir (Mateus 6, 19-21)

Que os Santos sejam para nós exemplos de entrega total ao amor de Cristo.



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