Entenda por que o uso das imagens em templos católicos não tem nenhuma relação com a idolatria praticada pelos povos pagãos
Os
protestantes, embora divergindo entre si em inúmeros aspectos,
graças à sua adesão espontânea ao dogma do Sola Scriptura de
Lutero, aventado no Século XVI, se unem como que em uma “única”
seita quando se trata de atacar a fé Católica. A sinergia dos
protestantes torna-se ainda mais robusta quando entra em temas como a
devoção à Maria santíssima e o uso de imagens sacras, pois
segundo eles, este tipo de prática comum na Igreja Católica
trata-se de um pecado grave de “idolatria”, condenado pelo
próprio Deus no antigo testamento que proibiu permitiu ao homem
fazer imagens do que existe na terra, no céu, embaixo da terra ou
mesmo nas águas (Êxodo 20,4). Neste artigo, vamos mostrar que o uso
de imagens é permitido por Deus, e como o seu uso como forma de
devoção, não se trata de idolatria. Vejamos abaixo uma acusação
típica de protestantes:
“8ªheresia:
Mariolatria (adoração à Maria)
Refutação: Mt 4.10 [...] ”Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”.
Nota: Somente a Deus, é que nós devemos adorar ou prestar cultos.”
Refutação: Mt 4.10 [...] ”Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”.
Nota: Somente a Deus, é que nós devemos adorar ou prestar cultos.”
Sempre
quando se trata deste tema, a acusação dos protestantes parte da
passagem descrita em Êxodo [1] quando Deus declara ao povo de Israel
os seus mandamentos assim dizendo: “Não faça para vocês ídolos,
nenhuma representação daquilo que existe no céu e na terra, ou nas
águas que estão debaixo da terra”. Está bem claro já no início
deste mandamento que Deus não permite que se façam ídolos, e
nenhuma representação dos mesmos, por isso é importante estudar as
escrituras dentro do seu contexto. A palavra Ídolo, provém do grego
Eidolon, que significa objeto ao qual se atribui divindade. Da junção
desta termo ao prefixo lautreuein, que significa adoração, forma-se
a palavra idolatria, que nada mais é que o culto que se presta a um
objeto feito por mãos humanas ao que se atribui divindade. É
preciso então compreender que o uso de imagens pela Igreja não se
configura em caso de idolatria já que pela devoção as imagens de
Jesus, Maria ou dos santos, não se está colocando a imagem como
Deus, mas sim como lembrança de quem os representa, e que
claramente, não são “deuses”. A devoção pode ser comparada ao
uso que se faz de uma foto de um ente querido, que apenas o
representa e nos recorda, mas logicamente não se trata da pessoa em
si.
Em
outros trechos da escritura, Deus manda que se façam imagens,
conforme nos relata o autor sagrado na passagem em que o povo de Deus
blasfemou contra o Senhor no deserto recebendo como castigo pela sua
conduta desobediente, picadas de serpentes. Logo em seguida, pela sua
misericórdia, Deus manda que se faça uma serpente de bronze de modo
que quem olhasse para a mesma seria salvo [2]. Esta passagem ainda
veio à ser confirmada pelo próprio Cristo, que disse ser necessário
que o Filho do homem seja levantado tal qual a serpente de bronze no
deserto, a fim de que todo aquele que crer seja salvo [3]. Existem
ainda outros trechos em que o povo de Deus confeccionou imagens de
forma lícita, como na Arca da Aliança, onde Deus ordena que sejam
feitos 2 querubins [4], e até mesmo nas passagens que fazem
referência ao Templo de Salomão que pelos relatos bíblicos,
possuía mais imagens que qualquer templo Católico nos dias de hoje
[5].
Como
se sabe, a Sagrada Escritura não pode se contradizer, então, por
qual motivo Deus proibiu a confecção de imagens e depois as
autorizou, até mesmo no antigo testamento? Deve-se ter em conta que
a proibição recaiu sobre o uso que se faz da imagem e não a sua
confecção em si, logo, se uma pessoa coloca a imagem no lugar de
Deus criador ou a utiliza de modo a obter alguma coisa diretamente da
mesma, quando por exemplo, põe uma imagem de cabeça para baixo a
fim de receber determinada graça, isto se configuraria como pecado
de idolatria tal como faziam os povos pagãos da antiguidade, no
entanto, o uso para fins de devoção e tão somente para este fim, não implica nessa falta
gravíssima aos olhos de Deus. Desde os primeiros séculos da era
Cristã, e portanto, nos tempos de perseguições, o uso de imagens
sempre foi utilizado como forma de devoção pelos cristãos [6].
O arcabouço argumentativo deste artigo demostra que a afirmação do protestante acima, e de muitos outros que insistem na tese de que existe idolatria no uso de imagens por parte dos
Católicos, respondem claramente no sentido adverso dos tópicos
levantados pelos ditos evangélicos. É importante lembrar que a Igreja Católica adora um só
Deus que é trindade e não vários deuses, e isto fica muito claro
na oração do Credo que é professada em cada missa em que adoramos
Jesus em corpo, sangue, alma e divindade na Sagrada Eucaristia,
portanto, não existe idolatria na Santa Igreja e esta, jamais
cooptou seus fiéis a adorarem outro Deus que não Aquele que É,
basta aprofundar-se nos ensinamentos da Santa Igreja para compreender
isso.
REFERÊNCIAS
1.
Êxodo 20,3-4
2.
Números 21,8
3.
João 3,14-15
4.
Êxodo 25,10-21
5.
Reis 7,25
6.
http://mentiras-evanglicas-e-outras.blogspot.com.br/2014/03/as-catacumb-as-testemunho-da-fe-dos.html
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