Uma das questões que geram grande controvérsia nos meios seculares e religiosos. Será possível mesmo que exista algum Estado plenamente livre de qualquer concepção seja ela religiosa ou filosófica?
Não
raras vezes ouvimos pessoas
afirmarem que
a “intromissão”
dos
valores
cristãos no
âmbito político
é inadmissível já que
Estado é Laico e que
portanto,
os assuntos de ordem religiosa,
devem ser relegadas única
e exclusivamente
ao plano da vida privada (capelas,
templos, casas e igrejas)
e não se
sobrepor à questões de ordem política, uma
vez
que
estas
perpassam o
ambiente particular
e
acabam
por
alcançar
a esfera pública.
O
que a maioria dessas pessoas desejam na verdade é a exclusão
daqueles que professam sua fé, ou
ainda, a censura
de voz ou
opinião das pessoas que de alguma forma ou de outra possuem
algum credo nas
decisões de vida comum.
Demonstraremos
neste artigo, por que estes argumentos não são válidos e qual o
interesse daqueles que militam a favor de um país livre de
influências da
religião.
Essa
questão gera
grande confusão, principalmente por parte daqueles que ignoram o
real sentido da palavra. Quando
se afirma que o Estado é Laico, diz-se
que devem ser respeitadas todas as formas de religião e filosofias e
não que estas devam ser extintas, pois assim, se configuraria um
Estado Ateu, onde a prática religiosa não é permitida ou é
cerceada[1],
como
é o caso de algumas ditaduras comunistas como a da
Coreia
do Norte [2].
A
mesma definição de Estado Laico, logo em
seguida,
acrescenta-se
como:
aquele que não é influenciado pelas regras de nenhuma religião. É
justamente essa definição que causa grande confusão, pois
é
difícil ao homem não seguir até mesmo na política as suas
convicções próprias.
Por exemplo,
ao
se deparar com questões que
envolvem
alguma decisão moral, muitos dos que estão no poder farão valer de
alguma maneira ou outra o
seu pensamento, no
qual está
enraizada alguma crença ou
filosofia.
Não
há como separar o
homem público, de
suas concepções internas sejam elas religiosas ou não.
A
exigência de um Estado sem a influência de religiões é justo e
legítimo quando por exemplo, um grupo de pessoas procura impor sua
crença à
força sobre os demais em sua nação, como vem ocorrendo no
Oriente com a ascensão do grupo extremista
Estado Islâmico, que ameaça
toda uma população com o fim de obter um Estado Totalitário e
submisso às leis do islamismo. No
caso de uma democracia como o Brasil, a escolha de candidatos se
dá pelas suas
propostas
e por
consequência, estas serão decisivas
quando da eleição
de um candidato. Este
representará a maioria da população, bem como os seus anseios
sejam eles de ordem moral ou material.
Nos
últimos meses, principalmente por conta do retorno da Ideologia de
Gênero nos planos de educação do país, muitos promoveram
manifestos gritando aos quatro cantos desta nação que o Estado é
Laico. Na
verdade, este episódio demonstra muito bem que numa democracia se
faz valer a vontade da maioria da população. Os
propositores
desta ideologia por
exemplo,
participam de uma corrente filosófica que
defende
a estatização total da educação das crianças e dos jovens, de
modo que, até
mesmo os valores morais que sempre foram prerrogativas dos pais,
deixem de ser ensinados pelos mesmos. No
entanto,
por
força dos princípios basilares desta nação,
arraigado
em
uma sociedade constituída pelo respeito às decisões do núcleo
familiar, prevaleceu a exclusão deste item entre as metas.
Assim
funciona a democracia, foram
colocados num mesmo plano aqueles que por sua orientação filosófica
eram favoráveis à inclusão da terminologia gênero na educação e
aqueles que eram contrários à mesma uma vez que isso cercearia
o direito dos pais em educarem os seus filhos. Depois
de muito debates prevaleceu esta última por
maioria de votos, que em nada contrariou os anseios da maioria da
população.
Portanto,
em nossa sociedade Ocidental, diversamente do que se observa no
Oriente, não se tenta impor sobre a sociedade o pensamento
religioso, mas pelo
contrário, de
forma democrática no embate de questões opostas prevaleceu
o desejo da maior parcela da população.
Este
episódio da história do Brasil no entanto traz em si algo de
preocupante. Se
no plano Nacional de Educação optou-se por se retirar estas
questões, por que então o Governo propôs
novamente inserção desta questão
nos planos municipais e estaduais? Parece
ser esta, mais uma estratégia de se impor a vontade de poucos à
força sobre os
demais membros da sociedade. Nisto
consiste os planos de uma minoria que possuí uma determinada linha
filosófica que não
alcança no curto prazo, um
Estado Ateu e busca imprimir à força sobre o restante da população
os seus ideais, mesmo que estes não aceitem.
Outra
proposta destes militantes é a exclusão de qualquer símbolo
religioso dos lugares públicos. Na
verdade, isto não é possível já que a sociedade expressa
inevitavelmente a
sua cultura, e sendo assim, eliminar
os símbolos religiosos
significa
antes
de tudo, excluir
a maioria da população e sobretudo a sua história. Já
parou para pensar se essa moda pega, quantas cidades do país terão
seu nome modificado, visto que a maioria delas possuí nome de algum
Santo? Fazer
isso, significa apagar a história de todo um povo e
substituí-lo por uma nova regra. É
assim que se pretende inserir um Estado Ateu, onde sejam apagadas ou
relegadas
ao esquecimento, todos os
resquícios
históricos e culturais que formaram a sociedade. Respondendo
então à pergunta na epigrafe deste artigo, são justamente
a
estes que interessa o Estado Ateu, livre de concepções religiosas mas prioritariamente composto de posições filosóficas.
REFERÊNCIAS
2.
http://www.acidigital.com/noticias/coreia-do-norte-proibe-os-catolicos-de-irem-a-missa-do-papa-francisco-em-seul-40036/
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