Esclarecimento sobre a polêmica criada em torno da iniciativa do Papa referente ao perdão do aborto no Ano Santo
Alguns
dias atrás, a mídia secular noticiava com grande empolgação o ato
de misericórdia promovido pelo Papa Francisco ao finalmente abrir as
portas da Igreja para as mulheres que praticaram o pecado do aborto.
Aproveitando a antecipação do ano Jubilar que se iniciará no dia
08 de Dezembro deste ano, abrir-se-ão as possibilidades de
readmissão à Santa Igreja, daquelas pessoas que direta ou
indiretamente promoveram o aborto e foram por este motivo
excomungadas. É necessário através deste artigo, esclarecer esta e
outras situações para que se possa compreender qual o efetivo
desejo do Santo Padre e da Igreja ao abordar este tema tão delicado
que muitas vezes é utilizado pelos sensacionalistas para fazer
frente as suas ideologias nefastas.
Em
primeiro lugar, para tratar do tema com mais aprofundamento precisamos analisar o contexto atual deste pecado no mundo. Em função da já difundida
cultura da morte em nosso meio, através de uma estratégia bem
implementada, partindo dos pesados investimentos realizados por
Fundações Internacionais interessadas em promover o controle
totalitário sobre a sociedade, e passando pela disseminação da
propaganda feminista instrumentalizada pela esquerda, aos poucos o
aborto deixou de ser algo negativo. Vários países deixaram de
considerá-lo como crime passível de punição, e pela pressão de grupos
externos nos meios legais, passou-se inclusive à ser exigido como um
suposto “Direito Humano”.
A
Cultura atual considera inclusive um ser humano como objeto
descartável e sem direito à própria vida, e sendo assim, este fica à merce da escolha
da mãe em levar a gestação adiante ou interrompê-la. O direito de
escolha da gestante portanto, prevalece sobre o da vida que ali está
em formação e já pode ser considerada autônoma e independente
desde o momento da fecundação [1]. O caso encontra-se num grau tão
deplorável que aos poucos, o mundo vai se acostumando com este erro
de modo que a maioria das pessoas sequer arrependem-se de ter
cometido esta falta tão grave contra Deus e contra a dignidade da
vida humana [2]. O arrependimento é essencial para que ocorra a
absolvição do pecado seja ele venial ou mortal.
Sobre
a excomunhão as pessoas que se envolveram com o aborto, vejamos o
que diz o Catecismo da Igreja:
“A cooperação formal para um aborto constitui uma falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana. "Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae" "pelo próprio fato de cometer o delito" e nas condições previstas pelo Direito. Com isso, a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia. Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao 'inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade” (CIC § 2272).
Portanto,
a participação direta ou até mesmo a cooperação para este
atentado contra a vida, tem como sentença automática a excomunhão.
Ocorre que muitas vezes, inclusive até mesmo por conta da ideologia
difundida, as pessoas apesar de serem católicas continuam a
frequentar as missas e até mesmo a receber a eucaristia pensando
ainda participar da Santa Igreja sem qualquer arrependimento em
relação ao ocorrido. Hoje, pouco se fala nestes fatos, e até mesmo
por conta do pensamento politicamente correto, muitos sacerdotes
evitam utilizar até mesmo o termo "excomunhão" ou citar casos
passíveis desta pena.
Conforme
a exigência da Santa Igreja, este tipo de pecado, somente admite a
reintegração à Santa Igreja através de uma confissão específica
com autoridade do Bispo local ou sacerdote legitimamente designado
para tal absolvição. O que o Santo Padre fez na verdade, foi abrir
exceção para que durante o ano santo, qualquer padre possa conceder
o perdão dos pecados daqueles que praticaram o aborto, desde que
estes se arrependam de coração e tomem como propósito não mais
cometer o erro. Este ato representou sobretudo, um chamamento àqueles
que cometeram tal pecado para que retornem à Santa Igreja, além
disso, muitas pessoas cometeram este erro por pressão ou outros
motivos, e portanto, sentem-se arrependidos e tem dificuldade
inclusive de se perdoar perante este erro.
Em
alguns casos, as pessoas cooperaram com o assassínio de inocentes
por conta da ideologia disseminada em seu meio, mas quando
presenciaram o horror de um aborto, sentiram-se arrependidos. Isto
não é tão incomum quanto parece, inclusive, verificamos com certa
frequência no blog do Padre Paulo Ricardo, o testemunho de pessoas
que depois de assistirem a um aborto, largaram tudo para defender a
vida e hoje dão testemunho perante os outros. Apesar disso, o ponto
central deste atitude do Papa não foi outra coisa senão lançar um
grande grito para o mundo ao dizer que o aborto ainda é um pecado,
tanto assim foi que, algumas ex-freiras e hereges criticaram a
atitude do Sumo Pontífice afirmando que a Igreja não pode
interferir na decisão das mulheres em interromper a gravidez [3]. É
óbvio também que a mídia secular se aproveitou dessa informação
para disseminar a mentira de que a Igreja estaria abrindo as suas
portas para o aborto. Nada mais equivocado!!! por isso, cumprimos a
nossa missão de manifestar a verdade a todos os que a buscam de
coração. Que Jesus misericordioso nos ilumine nessa caminhada.
Jesus
Misericordioso, eu confio em Vós!
REFERÊNCIAS
1.http://www.comshalom.org/ciencias-biologicas-afirmam-vida-humana-comeca-concepcao/
3.
http://ocatequista.com.br/archives/16024
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