Dias
atrás, navegando em alguns blogs católicos me deparei com um
comentário exótico num artigo referente à santidade. Na resposta deste artigo, o
comentarista exaltava as virtudes do famoso fundador da Microsoft
Bill Gates, afirmando que para ele (ou ela) este sim seria um verdadeiro
“santo” em vida uma vez que o mesmo foi responsável pela criação de
milhões de empregos.
Bem, sabemos que a mídia secular está acostumada aclamar a figura de Gates não
somente pela sua genialidade mas sobretudo pela generosidade e afinco
deste às causas humanitárias, inclusive, o mesmo é responsável
pela manutenção de uma famosa Fundação filantrópica que investe
milhões em pesquisas para o combate de doenças. Alguém poderia
então perguntar: de onde vem tanto amor pelo próximo?? ou ainda, o
que o motiva a fazer isto?? Bem, não se sabe ao certo, há
controvérsias mas a maioria acredita que Gates seja um ateu
convicto, apesar de sua esposa Melinda se declarar católica.
Seria
Gates um “santo” em vida sem assumir publicamente a sua crença
em Deus como exaltam os blogs neo-ateus???Bem, a resposta para tal
pergunta passa pela análise do significado de santidade à luz do
Sagrado Magistério da Igreja e de um exemplo de santidade
devidamente canonizado pela Igreja.
Em
primeiro lugar, para que uma pessoa seja considerada santa no sentido
próprio da palavra ela precisa estar unida ao corpo místico de
Cristo, conforme atesta o Catecismo da Igreja:
“O
progresso espiritual tende à união sempre mais íntima com Cristo.
Esta união recebe o nome de "mística", pois ela
participa no mistério de Cristo pelos sacramentos "os santos
mistérios" e, nele, no mistérioda Santíssima Trindade, Deus
nos chama a todos a esta íntima união com Ele, mesmos que graças
especiais ou sinais extraordinários desta vida mística sejam
concedidos apenas a alguns, em vista de manifestar o dom gratuito
feito a todos” (CIC, 2014)
Em
Segundo lugar, santidade significa renúncia, mortificação para
este mundo e combate espiritual, neste último caso se faz necessária
a constante penitência.
São
Francisco de Assis é um exemplo claro de santidade que corrobora com
o que foi descrito acima. Tinha uma vida abastada e segura
financeiramente, apesar disso, abdicou de tudo inclusive das roupas
que o pai lhe dera. Passou à servir os doentes e necessitados sem
guardar um centavo, inclusive, alguns biógrafos afirmam que
Francisco só se alimentava com o que lhe davam e portanto, não
tinha dinheiro nem para o próprio sustento. Buscou seguir ao extremo
a pobreza ao exemplo de Jesus.
Vale
lembrar também que muitos santos foram canonizados pela perseguição
que sofreram pagando até mesmo com a própria vida.
Nestes exemplos incluem-se principalmente os apóstolos que não
estavam nem um pouco preocupados em agradar o mundo e justamente por
isso eram perseguidos (tanta semelhança não seria mera coincidência
com os dias atuais). A passagem do sermão da montanha diz claramente
quais são os atributos da santidade (Mateus 5, 2-11).
Diante
do exposto passemos para a resposta da pergunta. Em primeiro lugar,
gostaria de afirmar que não sou ninguém para julgar Gates ou dizer
se ele ou outros santos canonizados pela mídia vão para o céu ou
para o inferno, isto não cabe a nós mas somente a Deus, contudo, a
partir do exposto podemos concluir que Gates no momento está longe
de ser um exemplo de santidade (pelo menos nos moldes da Igreja) por
dois motivos a saber: para ser santo, a pessoa precisa no mínimo
acreditar em Deus e participar do corpo seu místico, isso significa
não contradizer a vontade de Cristo.
Infelizmente
algumas atitudes de Gates parecem agradar o mundo mas não a Igreja.
Segundo as últimas notícias, a Fundação Gates tem investido pesadamente
em pesquisas para redução populacional, a chamada Eugênia
(http://agendaglobal21.wordpress.com/2012/03/09/bill-gates-fala-sobre-as-vacinas-para-reduzir-a-populacao/).
Este tipo de interesse compõe o que alguns chamam de “cultura da
morte”, que é amplamente difundida tanto nos meios socialistas
quanto nos capitalistas e contraria totalmente os valores pregados
por Cristo.
Por fim, cabe deixar claro que
ser santo significa muito mais que renunciar parte dos seus bens e
sair fazendo doações aqui ou acolá, santidade é sobretudo abraçar
a causa de Jesus e fazer a sua vontade doa a quem doer. Nosso Senhor
foi muito taxativo ao afirmar que não bastava somente seguir os
mandamentos e ser “bonzinho”, devemos antes de tudo nos jogar de corpo e alma
pela evangelização inclusive renunciando ao máximo nossos
benefícios temporais (Mateus 19, 16-22).
Repito o que foi dito
anteriormente, não estamos afirmando que Gates vai pro inferno,
muito pelo contrário, pessoas que fazem boas obras com coração
aberto tendem à encontrar a Deus de alguma forma, contudo, para
alcançar a santidade é necessário se entregar totalmente ao amor
de Cristo e não contrariar a sua vontade, é sobretudo buscar o
tesouro mais precioso que nem a traça e nem a ferrugem são capazes
de consumir (Mateus 6, 19-21)
Que os Santos sejam para nós
exemplos de entrega total ao amor de Cristo.
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